O governo da Bahia, liderado por Jerônimo Rodrigues (PT), busca alternativas para conceder o Estádio de Pituaçu à iniciativa privada. Inicialmente, a proposta incluía o Bahia na negociação, juntamente com a Arena Fonte Nova.
No entanto, o Grupo City, que administra o clube, deixou claro que tem interesse apenas na Fonte Nova, o que inviabilizou a ideia do pacote.

Grupo City prefere investir apenas na Fonte Nova
Desde o início das conversas, o governo acreditava que o Bahia poderia assumir a gestão tanto de Pituaçu quanto da Arena Fonte Nova. Ainda assim, o Grupo City decidiu focar seus esforços apenas no estádio principal utilizado pela equipe masculina.
Como resultado, a proposta conjunta não avançou. O Bahia segue priorizando uma estrutura moderna, rentável e alinhada com seus objetivos comerciais e esportivos.
Governo deve buscar novo parceiro para Pituaçu
Diante da recusa do Bahia, o governo estadual já avalia novas opções para conceder Pituaçu à iniciativa privada. Segundo o governador, manter o estádio sob controle público dificulta a promoção de eventos e limita o potencial do equipamento.
Além disso, Jerônimo reforçou que a gestão privada permite mais dinamismo e criatividade na exploração do espaço, o que reforça a intenção de terceirizar o estádio nos próximos meses.
Relação entre Grupo City e governo segue sólida
Apesar do impasse sobre Pituaçu, o Grupo City mantém diálogo constante com a gestão estadual. Em 2023, dirigentes do Bahia e representantes do governo se reuniram para discutir a instalação do novo centro de treinamento do clube.
Durante a conversa, as partes identificaram uma área entre a Via Metropolitana e o Quilombo do Quingoma. O local será destinado ao novo CT da equipe principal, enquanto as categorias de base continuarão na Cidade Tricolor, em Camaçari.
Bahia se prepara para disputar a gestão da Fonte Nova
Paralelamente ao projeto do CT, o Bahia também manifestou interesse em administrar a Arena Fonte Nova. O contrato atual com o consórcio responsável termina em 2028.
Dessa forma, o clube já se posiciona para concorrer na licitação que definirá o novo gestor. De acordo com o ex-secretário Davidson Magalhães, o Grupo City costuma atuar em arenas nos países onde investe em clubes, o que reforça a estratégia adotada em Salvador.
Clube e estádio passaram por fases de conflito
Desde 2013, quando o novo estádio foi inaugurado, o Bahia enfrentou desafios para se adaptar à Arena Fonte Nova. No início, o clube cogitou retornar a Pituaçu por discordâncias contratuais.
Posteriormente, torcedores e dirigentes organizaram protestos contra os preços praticados pelo consórcio. A parceria passou por tensões, mas aos poucos, as partes se reaproximaram.
Hoje, o Bahia opera um museu dentro da Fonte Nova e mantém sua loja oficial ao lado do estádio. Além disso, o clube compartilha parte da receita de sócio-torcedor com o consórcio.
Bahia alcança números expressivos com a Fonte Nova
Com o fortalecimento da parceria, o Tricolor colheu resultados positivos. Em 2024, o clube registrou R$ 83,18 milhões em arrecadação com bilheteria e sócio-torcedores — um recorde entre os clubes do Nordeste.
Esse crescimento demonstra que o vínculo com a Arena Fonte Nova passou de turbulento para estratégico, tornando-se uma das principais fontes de receita do Bahia nos últimos anos.
Considerações finais
Embora o Bahia tenha descartado a gestão de Pituaçu, o clube segue interessado em administrar a Arena Fonte Nova. O governo da Bahia, por sua vez, continua disposto a negociar e deve procurar novos parceiros para o estádio metropolitano.
Enquanto isso, o Grupo City mantém sua estratégia de crescimento em Salvador, investindo em estrutura, CT e, futuramente, em um estádio sob sua própria gestão.