Na noite desta segunda-feira, o Bahia enfim garantiu sua primeira vitória no Campeonato Brasileiro ao superar o Ceará por 1 a 0 na Arena Fonte Nova. No entanto, o gol salvador, marcado por Everton Ribeiro nos acréscimos, não escondeu a atuação apagada do time misto escalado por Rogério Ceni. Apesar do triunfo, o desempenho ficou abaixo das expectativas, o que reforça a urgência de ajustes na equipe.

Rogério Ceni arrisca com time alternativo
Desde o apito inicial, ficou evidente que Rogério Ceni optou por preservar seus principais atletas. Ainda que a maratona de jogos justifique o rodízio, a escolha quase comprometeu o resultado. O time, formado majoritariamente por reservas, mostrou-se previsível, lento e com poucas ideias ofensivas.
Por outro lado, era compreensível que o treinador buscasse um equilíbrio entre desempenho e desgaste físico. Titulares como Everton Ribeiro, Jean Lucas e Luciano Juba começaram no banco, enquanto nomes como Cauly, Ademir e Rodrigo Nestor tentaram conduzir o setor criativo.
Estrutura tática clara, mas pouca agressividade
Apesar da falta de brilho, o Bahia apresentou uma organização tática evidente. Gilberto recuava para iniciar a construção das jogadas, Iago Borduchi se transformava praticamente em um ponta pela esquerda, e Cauly, posicionado mais aberto, arrastava o jogo para dentro, abrindo espaço para as investidas de Iago.
Ademais, o comportamento tático também foi repetido no lado direito com Ademir bem aberto e Rodrigo Nestor articulando por dentro. Ainda assim, o time teve enorme dificuldade para romper a forte marcação do Ceará. A melhor chance do primeiro tempo só surgiu nos acréscimos, quando Cauly recebeu livre na área, mas finalizou por cima do gol.
Substituições não surtiram efeito imediato
Na volta do intervalo, Rogério promoveu mudanças. Primeiramente, Erick Pulga substituiu Luciano Rodríguez. Em seguida, entraram Luciano Juba, Everton Ribeiro e Tiago. Entretanto, mesmo com essas alterações, o panorama seguiu inalterado: o Tricolor era lento e previsível.
Como resultado, a torcida começou a demonstrar impaciência. Somente nos minutos finais, Ruan Pablo apareceu livre para finalizar com perigo, obrigando Fernando Miguel a fazer grande defesa.
Contudo, o destino ainda reservava um desfecho positivo. Aos 58 minutos, Tiago sofreu pênalti, e Everton Ribeiro, com toda sua experiência, bateu com categoria para garantir o 1 a 0 e encerrar a sequência sem vitórias do Tricolor na Série A.
Vitória importante, mas desempenho aquém
Embora o resultado tenha aliviado a pressão sobre o elenco, o futebol apresentado ficou aquém do esperado. O próprio Rogério Ceni admitiu que o rendimento foi apenas razoável, e que o time ainda enfrenta dificuldades no setor ofensivo. Além disso, ele reforçou que o elenco precisa ser rodado devido à sequência desgastante de partidas.
Nesse sentido, o Bahia conseguiu resolver dois problemas de uma só vez: somou seus primeiros três pontos na Série A e poupou jogadores importantes. Todavia, a exibição diante do Ceará serve como alerta de que há muito a evoluir.
Próximo desafio: foco total na Libertadores
Agora, o foco se volta para a Copa Sul-Americana. O Bahia enfrentará o Atlético Nacional-COL nesta quinta-feira, às 21h, novamente na Arena Fonte Nova. A expectativa é de que os titulares retornem à equipe e apresentem um futebol mais consistente.